O novo Boletim do InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (27/6), aponta que 10 estados apresentam sinal de crescimento de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG): Amapá, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Roraima e São Paulo. O cenário atual do aumento de SRAG no país é decorrente fundamentalmente dos vírus influenza A, vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus, que indicam retomada de crescimento na maioria dos estados da região Centro-Sul do Brasil. Além disso, alguns estados do Norte, como o Amapá, Roraima e Ceará, também registram manutenção do aumento de VSR em crianças pequenas.
No agregado nacional, há indício de estabilidade de SRAG tanto na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) quanto na de curto prazo (últimas três semanas). Em função da situação atual do Rio Grande do Sul, os dados das semanas recentes devem ser analisados com cautela em razão de eventuais impactos na capacidade de atendimento e registro eletrônicos de novos casos de SRAG no estado. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 25, de 16 a 22 de junho, o estudo tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 24 de junho.
A Covid-19 tem se mantido em patamares baixos quando comparada ao seu histórico de circulação. Contudo, o vírus tem sido a principal causa de internação por SRAG entre os idosos no estado do Ceará nas últimas semanas. Além disso, alguns estados do Norte e Nordeste também têm apresentado uma leve atividade de Covid-19. A pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz) e do InfoGripe, Tatiana Portella, faz o alerta: “reforçamos que ainda não tem nenhum sinal claro de crescimento de circulação da Covid tanto no Brasil quanto nessas regiões. No entanto, esse início de atividade do vírus nas regiões Norte e Nordeste merece a nossa atenção nas próximas semanas. É importante que os hospitais e as unidades sentinelas de síndrome gripal dessas regiões reforcem a atenção para qualquer sinal de aumento na circulação do vírus”, destaca Portella.
Diante desse cenário, a pesquisadora ressalta a importância da vacinação tanto da influenza quanto da Covid-19 a todos que estiverem elegíveis para se vacinar. No mais, alguns cuidados, como o uso de máscaras em locais fechados com maior aglomeração de pessoas e em postos de saúde, são recomendados – em especial aos moradores das regiões que apresentam alta na circulação de vírus respiratórios. Portella recomenda que, em caso de aparecimento de sintomas, a pessoa se isole, se possível, para evitar a transmissão do vírus a outros indivíduos que ainda não foram infectados e que são grupo de risco, como idosos, crianças e pessoas com comorbidades.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de influenza A (22,6%), influenza B (0,8%), vírus sincicial respiratório (47,2%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (6%). Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de influenza A (47,1%), influenza B (0,3%), vírus sincicial respiratório (21,5%), e Sars-CoV-2/Covid-19 (22,4%).